Foi um festival de recordes de campeonato. Nas 40 provas, apenas 9 sobreviveram (conincidência ou não, entre eles os 50 e 100m costas e 1.500m livre no feminino e masculino). Ano olimpico é assim mesmo, é quando os atletas vão ao esforço máximo (muitas vezes passam dos limites) e buscam suas melhores marcas.
O número 40 aparece também como número de recordes estabelecidos, o que pode parecer contraditório, mas é que na mesma prova o recorde foi abaixado nas eliminatórias e na final. E recordes são para ser batidos, certo? Bem, claro que certo, mas quando é o seu recorde, da sua prova, também não dá para negar que uma ponta de tristeza bate…
Pois é, estava eu e minha esposa, a também ex-nadadora Patricia Comini, assistindo as finais dos 200m peito quando ela lembrou: “Acho que este recorde ainda é meu…”. E era! De Mar del Plata – 2.000. Vimos a argentina abaixar sua marca de mais de 10 anos. Quando me dei conta: “Será que tinha o recorde dos 200m costas também?”. E tinha, também de 2.000! Por meros centésimos o colombiano Omar Pinzón tirou meu nome do livro dos recordes do campeonato sul-americano.
Pois bem, fiquei invicto por 10 edições deste campeonato, tendo estabelecido nova marca logo no meu primeiro juvenil (1987) e depois também no absoluto (1988). Foram 25 anos – teve bom, não? Na verdade, queria ver um brasileiro (pô, Thiago…) ao menos, para mantermos a hegemonia continental, mas a vida continua e Beatriz e Laura Comini Romero vem aí…
Ah, o recorde do meu concunhado, Luiz Lima, permaneceu nos 1500m livre. De que ano? 2.000!
Este texto foi originalmente publicado no site do iG (colunistas.ig.com.br/rogerioromero