A FIFA não deixa dúvidas quem é dona suprema da maior campeonato esportivo do mundo: a Copa do Mundo É DELA.
Vou deixar de lado outras polêmicas como meia entrada, isenção de impostos, estatuto do torcedor, estádios onde o futebol é inexpressivo, pacotes de hotéis, índios desalojados, etc., para ficar apenas nas duas piscinas olímpicas que foram/serão afetadas.
A primeira foi a da Fonte Nova, em Salvador. Com a promessa de uma novinha para a comunidade aquática, a única (segunda uma reportagem e outra fonte local) oficial da capital baiana acabou sendo “implodida”, tal como o antigo estádio condenado. Infelizmente os prazos não foram respeitados e até hoje, 3 anos e meio depois, as obras não foram finalizadas. Ao menos a pressão vai fazer com que, provavelmente, o novo complexo fique pronto. Já o Parque Aquático Julio de Lamare…
Ao contrário da baiana, onde estive apenas umas duas vezes, foram milhares de metros na piscina do complexo do Maracanã. Foi, certamente, a que teve mais campeonatos importantes no Brasil. Por isso, é realmente triste a sua demolição. É como parte da história dos esportes aquáticos se fosse. Não vai bastar fotos, vídeos e lembranças.
Nostalgia à parte, os que defendem dizem: “Já era previsto“, “A FIFA exigiu, o Brasil aceitou“, “Os novos equipamentos serão mais modernos” e até “Só o Rio que tem que ter piscinas assim?“. Concordo com algumas delas, mas não deixa de ser contraditório em certo ponto pensar em legado olímpico apenas após os Jogos Olímpicos.
Coaracy Nunes Filho diz ter sido surpreendido com o prazo de apenas 5 dias para mudar a CBDA, que funciona no de Lamare, e está indignado com a destruição de um equipamento que foi reformado para o Pan e até mais recentemente.
Desconheço quais foram as tratativas, o planejamento da época, para tirar da cidade olímpica o Célio de Barros e o Julio de Lamare. O risco é sempre a demora para a substituição e o risco, sempre real, de nem ser efetivado.
Não, isso NÃO É PROBLEMA DA FIFA. Afinal, ela é dona do evento (algo temporário) e não vai estar preocupada com o que acontece antes (desde que as obras necessárias para o evento estejam prontas) nem depois. Ou deveria?
One thought on “O triste fim do Julio de Lamare”
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