O doping e a natação brasileira, algumas estatísticas alarmantes

Fabíola Molina está suspensa por mais 4 meses (a partir de 20 de Dezembro de 2011) pelo doping burro que cometeu.

Ela já sabia desde o final do ano passado sobre a decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) de seis meses de suspensão, ampliando os 2 meses já dados pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, o que deixa apenas mais duas chances para carimbar seu passaporte para Londres.

O ano olímpico começou quente para o esporte brasileiro. Infelizmente, as notícias sobre doping pipocaram, com o possível retorno dos técnicos de atletismo, o revés do ciclismo e também do nosso único laboratório antidoping (leia uma matéria de quase 5 anos atrás), o Ladetec, tendo um tipo de exame suspenso pela Agência Mundial Antidoping (WADA).

Apenas a FINA, aplicou mais de 1500 exames nos esportes aquáticos em 2011. Dos 16 casos analisados ano passado, 1/3 é de brasileiros. 2010 foi menos traumático, mas dos 31 casos de Federações Nacionais, 5 eram daqui. Aliás, nos últimos dois ciclos olímpicos, apenas em 2008 não tivemos caso. Mas o que antes era fato isolado, parece uma epidemia agora.

Mais uma dose? É claro! É claro que eu tô afim… (Barão Vermelho)

A CBDA tenta alertar seus atletas através de notas regulares, como o da semana passada (que tem um pequeno erro, depois alguém vê e escreve aqui), mas a guerra precisa de mais soldados. Mais investimento público no laboratório privado? Campanhas direcionadas aos atletas e técnicos (sim, não se esqueçam deles)? Punições mais rigorosas para dar o exemplo, inclusive para quem mais estiver envolvido (farmácia, laboratório, médico, pai, clube, federação, poder público, etc)? Divulgação dos efeitos colaterais do doping? Multas? Maior controle alfandegário? Formação de especialistas? Debates?

Não tenho dúvidas de que, assim como outros problemas de drogas, a solução para o doping esportivo é complexa. Mas é evidente também que com as Olimpíadas do Rio 2016, a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) faça a sua lição de casa e comece logo uma de suas atribuições, a de “Coordenar iniciativas conjuntas relacionadas a planejamento, pesquisa, controle e prevenção de dopagem junto às entidades componentes do Sistema Nacional do Desporto, bem como perante o Comitê Olímpico Internacional, o Comitê Paraolímpico Internacional e demais entidades envolvidas com o esporte.”

Vejam o vídeo (quase esquecido) da Unesco:

E esta divertida matéria:


Este texto foi originalmente publicado no site do iG (colunistas.ig.com.br/rogerioromero

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