Hoje é aniversário do meu irmão Julian. Você deve ter ouvido/lido falar dele, afinal encampou um movimento chamado Muda CBDA, cujo propósito é o mesmo do próprio nome.
Primeiro tentou sensibilizar algum presidente de Federação a montar uma chapa de oposição. Não conseguiu, ninguém sabe ao certo porque.Talvez o sistema esteja viciado? Talvez Coaracy Nunes convenceu que não valeria a pena entrar em uma empreitada sem chance de lograr êxito? Talvez todos estejam confortáveis? Talvez, talvez…
Ao final do prazo para registrar canditatura para a nova eleição, juntou uma chapa de última hora com outros ex-nadadores, sendo os mais conhecidos os olímpicos Eduardo Fischer e Rodrigo Castro. Um dos objetivos, de levantar a bandeira da oposição, foi alcançado, enquanto o outro (já esperado por todos) parou na impuganção da candidatura. Fischer, também advogado, entrou duas vezes na justiça, mas seus argumentos não foram suficientes.
O resumo da ópera é esse aí e, talvez (sempre a dúvida) como presente de aniversário, Julian colocou o site Swim It Up! de luto, como forma final (?) de protesto. As melhores opiniões vieram de ex-atletas, ambos com relatos no Ephicurus: Renato Cordani e depois um contraponto do grande Jorge Fernandes. Depois de lerem, vocês vão entender porque sou fã dos caras: as argumentações não são radicais, apenas contrárias, como deve ser numa democracia.
Pois bem, gostaria apenas de propor alguma reflexão sobre o tema continuísmo. Recentemente tivemos uma mudança no comando da Secretaria de estado do Rio de Janeiro. Dificilmente alguém aqui sabia deste fato, mas o que tem a ver? Bem, semana que vem teremos o Laureus (sim, o Oscar do Esporte) no Rio, além dos mega-eventos. Não conheço o novo titular da pasta, mas entrar a menos de 10 dias para um evento como o de segunda e com Maracanã atrasado no seu cronograma para a Copa das Confederações não deve ser a coisa mais confortável.
OK, a mudança abrupta no meio político é muito mais comum, certo? E reclamamos que não há uma política de estado, e sim de governo (muitas vezes, no mesmo governo mudam-se as prioridades), o que dificulta construir algo sustentável.
Pois bem, nas Confederações esportivas, ao menos sabemos quando são as eleições e as possíveis mudanças de comando. Aqui em Minas, por exemplo, tivemos alternância na direção de Federações nos últimos anos, e oposição em outras tradicionais – algo está acontecendo. Será apenas o oportunismo de pegar estas entidades na crista da onda pensando em ganhar algo (não necessariamente no mal sentido)? Será que os antigos presidentes não podiam mais se candidatar, mas vão voltar? Será que os anteriores cansaram, não tem nem disposição física para estar à frente?
Aliás, para que servem as Federações? Para fazer campeonato estadual muitos só metropolitano) e votar? É isso? Será que empresas de eventos não podem fazer o primeiro e as votações serem para a comunidade esportiva (técnicos e atletas)?
Vou parando por aqui, pois acho que já tem polêmica demais para um post, mas não antes de parabenizar o Julian, não apenas pelo seu níver mas, apesar de não concordar completamente de todas suas ações, por ter a coragem de enfrentar o sistema – e o sistema, como diria Capitão Nascimento…
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Julian Romero
O SISTEMA É FODA MESMO.