Semana passada, achei interessante a coluna de Marcelo Laguna: Vaga olímpica não é ação entre amigos, que reforçava a posição do treinador chefe da Confederação Brasileira de Atletismo – CBAt – em defender índices técnicos fortes para Londres: “Marcas mais fortes forçam eles a melhorarem. Queremos atletas que tenham chances de chegar à final. Somos muito cobrados por resultados“.
Eu concordo?
Sim. A CBDA, tal qual o atletismo, também estabeleceu em alguma provas índices ainda mais fortes que a Federação Internacional. As regras estavam ali a mais de um ano, então não adianta chorar, reclamar, pois os critérios estavam claros. Era só treinar para alcançar aquelas marcas.
Então Olimpíadas não servem para experiência?
Sim e não. Sim, porque a participação nos Jogos Olímpicos, realizados de 4 em 4 anos, são realmente uma experiência marcante, a maior competição da natação mundial (e em grande parte de outras modalidades), o ápice de uma carreira esportiva. Não, porque não se pode pensar em levar atletas apenas para que peguem experiência para Rio-2016. Existem outros campeonatos para isso, Mundial, Pan, etc. Além disso, em 4 anos muita coisa pode acontecer…
Mas então deveria ir apenas quem tem chance de medalha?
Não. O espírito dos Jogos não é esse. Se houvesse este pensamento, provavelmente apenas metade dos mais de 200 países participantes em 2008 iriam levar equipe (apenas 87 levaram medalha).
Isto não é contraditório?
Não. Cada país tem seus próprios objetivos. Alguns vão participar mesmo; outros, como as potências econcômicas, são cobrados por um desempenho à altura. Brasil e Inglaterra tem um mundo inteiro olhando por serem sede.
E os reservas de revezamento?
É justo que leve (pois assim foi decidido pela comsisão técnica), mas acredito que a análise deveria ser baseada em reais chances destes atletas participarem.
Este texto foi originalmente publicado no site do iG (colunistas.ig.com.br/rogerioromero