A grande sensação da manhã foi o placar falhando novamente, e justamente no dia da prova mais rápida da natação: os 50m livre. Claro que os técnicos e a organização tiveram tempo suficiente para consertar tudo para que nas finais… falhasse novamente! Estamos falando do México, vamos lembrar de alguns países-sede do Pan: República Dominicana, Argentina e Cuba. Não recordo do placar tendo estes problemas todos. Havana foi há 20 anos atrás!
Mas voltando aos resultados. Albertinho (técnico de Cielo) vai ficar com aquela barba enorme mesmo. O Brasil fez a dobradinha esperada, mas não comemorou na piscina (obrigado, placar). Tanto Cielo, quanto Bruno Fratus sairam da água decepcionados com suas marcas. Pode? Pode, mas ambos deram justificativas: o primeiro disse que o bloco diferente talvez tenha influenciado, além de ter dado uma respirada (quando seu normal é nenhuma); já o prata disse que seu calção estourou de novo e teve que emprestar um de Cielo.
Absoluto, desde a saída, Cielo não teve nenhuma dificuldade em vencer, abaixando sua própria marca de 4 anos atrás. Completou o pódium o cubano Hanser García. Para se ter ideia da superioridade do brasileiro, o cubano, que havia ficado em 2o. nos 100m livre, chegou mais longe nos 50m do que nos 100m.
Ashley McGregor salvou a lavoura canadense, conquistando o primeiro ouro para o país que está fazendo uma campanha inferior ao seu potencial. Duas americanas completaram o pódium que não teve brasileiras disputando medalhas.
E estamos ficando mal acostumados. Apenas um ouro e uma prata e parece que fomos muito mal. Está certo, a expectativa de medalha existia com Gabriel Mangabeira e Kaio Márcio nos 100m borboleta. Tinham feito a dobradinha no Rio e poderiam repetir em Guadalajara sim. Mas, com um Mundial de esportes aquático e um Mundial Militar no caminho, as melhores performances do ano ficaram para estes campeonatos. A prova foi do venezuelano Albert Subirats, que não participou de nenhuma destas competições. Sem surpresa, uma vez que este é o quinto mais rápido nesta prova em todos os tempos. Quem completa o pódium? Sim, dois americanos.
O dia acabou com um recorde panamericano com a americana Elizabeth Pelton nos 200m costas e, para felicidade do público, o bronze de Fernanda González (seu terceiro em Guadalajara). Fernanda Alvarenga ficou em 8a.
Vamos para o último dia com 20 medalhas, muito próximo das 24 do Rio-2007 e quase metade das conquistadas pelo Brasil até o momento pelo Brasil (41).
Este texto foi originalmente publicado no site do iG (colunistas.ig.com.br/rogerioromero