Vários recordes foram quebrados nesta terceira noite de finais do Troféu Maria Lenk, sendo que dois deles levaram a dinmarquesa Jeanette Ottesen e Cesar Cielo ao topo do ranking mundial nos 50m borboleta.
Logo na primeira prova, a francesa Laure Manadou fez marca melhor que o recorde sul-americano nos 200m costas. Claro que não fica no livre dos recordes, mas existe uma pontuação extra para recordes (campeonato, brasileiro, sul-americano e mundial) que acabam sendo fundamentais para a disputa entre as equipes.
Na versão masculina, Thiago Pereira acabou sendo surpreendido (por apenas UM centésimo!) pelo companheiro de treino do P.R.O. 16, Leonardo de Deus. Sexto e sétimo tempo deste ano. Ambos tem a vaga olímpica, mas Thiago não deve nadar esta prova em Londres para concentrar-se nos 200m medley. Prova que viu, pela primeira vez, 4 brasileiros nadando abaixo dos 2 minutos. Para quem não se lembra, Leonardo foi aquele que, no Pan do ano passado, venceu os 200m borboleta e acabou sendo desclassificado por uso de uma touca não aprovada. No fim, deu tudo certo e prevaleceu o bom senso. Aliás, sua melhor prova continua sendo os 200m borboleta… é aguardar para ver o que ele vai aprontar.
Nos 50m borboleta, Ottesen foi absoluta, abaixando a sua marca da manhã, que já era a melhor do ano. Cielo fez o mesmo, mas teve que abaixar o recorde sul-americano para bater (por 3 centésimos) o antigo recordista, Nicholas dos Santos. Ambos também fazem parte do Projeto Rumo ao Ouro 2016, que parece estar no rumo certo! Estas provas foram auxiliadas pelo forte vento da noite. Pois é, enquanto no atletismo recordes acabam não sendo homologadas caso o vento à favor seja maior que 2m/s, desconheço qualquer regra para piscinas abertas. Detalhe à parte, os 4 primeiros da versão masculina lideram o ranking mundial de 2012. Valeu até uma nota no JN.
Os 100m peito feminino são a antítese do masculino. Enquanto neste, 5 (CINCO) atletas alcançaram o índice olímpico, naquele as brasileiras estão longe das melhores marcas alcançadas com os trajes tecnológicos. E a disputa do masculino acabou sendo acirrada até o final. Os Felipes, França e Lima, acabaram garantido as vagas. Lima fez sua melhor marca pela manhã e acabou a prova fora do pódium, mas o que vale para a seleção olímpica são os dois primeiros tempos, independente de quando são feitos. França nadou mais duas vezes abaixo do minuto, mas não ficou satisfeito, já que chegou no campeonato com ambição de recorde mundial.
Lotte Friis, outra dinamarquesa nadando pelo Corinthians, venceu com facilidade os 800m livre – prova em que é a atual bronze olímpica – e fez pontos importantes para o clube paulista, que agora está mais de 150 pontos à frente dos seus adversários. Aliás, foram as melhores contratações internacionais deste ano.
Para finalizar, um pouco de polêmica. Hoje assisti grande parte das finais e tive dúvidas se Jeanette Ottesen não passou do limite de 15m submerso permitidos pela regra, mas nem eu nem o Coach Alex Pussiledi, comentarista da SporTV, ficamos na dúvida quanto às duas pernadas, também irregulares, na saída de Tales Cerdeira na final dos 100m peito…
Este texto foi originalmente publicado no site do iG (colunistas.ig.com.br/rogerioromero