Publicado em 02/08/21, aqui
Na história dos Jogos Olímpicos, 31 nadadores, entre homens e mulheres, que defendiam o Minas Tênis Clube participaram do maior evento esportivo mundial. Desse total, três conquistaram medalhas, todas de bronze:
Marcus Mattioli, em Moscou’1980, e agora, Fernando Scheffer e Bruno Fratus em Tóquio.
O primeiro nadador mineiro a competir em Olimpíada foi Fernando Pavan, em Helsinque’1952. Ele lembra das dificuldades: “Primeiro, tive de ir, sozinho, ao Rio, para tentar o tempo de classificação,como era chamado o índice. Meu nado era 100m costas, e tinha três chances. Fui mal nas duas primeiras tentativas. Mas mentalizei que conseguiria na última e consegui”.
Ele teve outros problemas na jornada: “Depois veio o problema de conseguir uniforme para poder desfilar. Peguei uma calça emprestada aqui e uma camisa e paletó, ali”.
Somente em 1980, Moscou, o Minas teria um segundo nadador nos Jogos, Marcus Mattioli, que formou com Djan Madruga, Cyro Delgado e Jorge Fernandes a equipe que foi bronze no revezamento 4x200m livre, atrás da Rússia e Alemanha Oriental.
Mattioli se emocionou com as conquistas das duas medalhas dos nadadores minas-tenistasno Japão: “Vejo com grande alegria. Foram as únicas medalhas da natação brasileira em Tóquio. Isso é resultado de um trabalho sério, que é muito significativo. Mostra a importância do clube no cenário nacional. E exalto o trabalho do superintendente de natação do clube, o ex-nadador Teófilo Laborne, que foi quem trouxe Bruno Fratus para o Minas”.
A medalha de Moscou é, ainda, motivo de disputa. Mattioli, Djan, Cyro e Fernandes, tentam receber a prata, uma vez que já foi comprovado o doping da equipe da Alemanha Oriental.
“A morte de um dos integrantes do time alemão, Frank Pfütze, aos 32 anos, por problemas cardíacos, acendeu o nosso sinal de alerta. Logo depois, a família entrou na Justiça contra o governo alemão pedindo indenização. Segundo eles, Pfütze teria tido os problemas em decorrência do doping a que era submetido”, conta Mattioli.
Pouco tempo depois, outros dois nadadores confirmariam a história. “Detlev Grabs e Rainer Strohback anunciaram que queriam devolver a medalha conquistada em Moscou por vergonha, pois estavam dopados. Mas, na época, o então presidente do COI, Jacques Rogge, não aceitou, argumentando que queria mais provas”, diz.
“Nós estamos tentando conseguir mais provas e já temos testemunhos a nosso favor. Não vamos desistir nunca dessa luta. Os testemunhos que apresentamos por último são contundentes. Além disso, nesta Olimpíada, a de Tóquio, o Comitê Olímpico Internacional (COI) não permitiu que a Rússia participasse dos Jogos, por causa do doping. Seus atletas competem sem bandeira com o nome de Comitê Olímpico Russo. Esperamos que isso avance”, afirma.
Medalha por tabela
O Minas poderia ter uma quarta medalha, com um nadador formado no clube, Thiago Pereira. Ele foi prata nos 400m medley, nos Jogos Olímpicos de Londres’2012, no entanto, na época, competia pelo Corinthians. Thiago saiu do Minas um ano antes e retornou no seguinte.
Natação do Minas nos Jogos
- Helsinque’1952
Fernando Pavan
- Moscou’1980
Marcus Mattioli
- Los Angeles’1984
Djan Madruga
- Seul’1988
Emmanuel Nascimento
Mônica Resende
Vladimir Ribeiro
- Barcelona’1992
Rogério Romero
Teofilo Laborne
- Atlanta’1996
André Cordeiro
Alexandre Massura
Rogerio Romero
- Sidney’2000
Rodrigo Castro
- Atenas’2004
Thiago Pereira
Rogério Romero
Rodrigo Castro
Joanna Maranhão
- Pequim’2008
Thiago Pereira
Rodrigo Castro
Nicolas Oliveira
Gabriel Mangabeira
- Londres’2012
Nicolas Oliveira
Juan Pereyra
Felipe Lima
Fabiola Molina
- Rio’2016
Thiago Pereira
Nicolas Oliveira
Miguel Valente
Marcos Macedo
Kaio Márcio
Italo Manzine
Henrique Martins
Daiene Dias
- Tóquio’2021
Aline Rodrigues
Beatriz Dizotti
Bruno Fratus
Fernando Scheffer
Guilherme Costa
Julia Sebastian
Vinicius Lanza