As 3 maiores conquistas recentes do esporte brasileiro tiveram algo em comum: estamos evoluindo. As vitórias douradas das Fabianas e a vaga olímpica do basquete masculino trouxeram a (falsa?) sensação de que estamos no caminho certo para uma campanha no Rio, em 2016. Será que vamos virar potência olímpica??
Espero e torço que sim mas, acima disso, aguardo que as fórmulas destas conquistas perdurem. E aí…
Li na entrevista de Magnano que o desafio dele é deixar um sucessor após as Olimpíadas. Esse sim é o espírito! Mas… nosso técnicos e dirigentes estão preparados para isso? São humildes para dizer – e querer de verdade – que estão afoitos, ansiosos, por aprender?
Sim, pois a outra mera coincidência é que os treinadores são estrangeiros. Assim como um tal de Oleg revolucionou a ginástica brasileira, outras Confederações tentaram o mesmo caminho. Não existe uma receita, mas com certeza este é um ingrediente muito importante, isso ninguém pode negar.
Pois bem, a tática funcionou para o basquete e para duas atletas, mas… e para a natação?
Alguns atletas fazem o caminho realizado pelo mundo aquático e migram para o forte campeonato americano universitário. Lá encontram não apenas um técnico estrangeiro (se bem que já temos alguns brazucas se aventurando e dando certo por lá), mas uma das competições mais duras, um ambiente propício para o desenvolvimento atlético e acadêmico, o aprendizado da cultura da vitória.
Outros preferem treinar em clubes pelo mundo afora (o casal Diogo Yabe e Fabíola Molina que o digam), experimentando e tirando o que há de melhor em cada local.
Hoje temos duas iniciativas interessantes com técnicos brasileiros: um especializou-se em um nado, peito no caso. Arilson Soares da Silva (autêntico brasileiro até no sobrenome) treina o campeão e ex-recordista mundial Felipe França. Outro montou uma equipe própria. Alberto Silva (mais um Silva, mas não são parentes…) e Cesar Cielo conceberam o PRO 16 (OK, ele não é tão novidade assim. Outro velocista, o bi-campeão olímpico, também dos 50m livre, Gary Hall Jr, fez o mesmo com o Race Club).
Há também alguns poucos treinadores estrangeiros. Já houve mais, cubanos e americanos, que me lembre.
Caso é, se temos algo a oferecer, também temos a aprender. Ou não??
Este texto foi originalmente publicado no site do iG (colunistas.ig.com.br/rogerioromero