Muitos já sabem da minha admiração pela natação japonesa. A equipe teve um desempenho muito bom em Londres, mas foi ofuscada pela frieza do quadro de medalhas. Além das 11 medalhas olímpicas, muitas finais significam um time forte.
Mês passado, o Japão mostrou porque está neste atual estágio. Ao contrário da situação precária dos nossos campeonatos , com poucos clubes e atletas, a 36a. edição do XXX teve impressionantes 884 clubes com quase 3.600 atletas. Não é difícil de imaginar que alguns resultados surjam com esta massa de nadadores. E com a confirmação de Tóquio 2020, a tendência é isso melhorar ainda mais. Um resumão com os melhores resultados pode ser encontrado aqui.
Logo depois, tiveram a seletiva nacional para vários torneios internacionais, entre os quais o Pan Pacífico, e simplesmente mudaram o ranking mundial deste ano. Arrisco dizer que não teve ter nenhuma prova hoje sem ao menos um japonês entre os 10 melhores de 2014 (quem tiver mais tempo para pesquisa, depois comenta, OK?). Destaque para o recorde asiático nos 50m livre para Shinri Shioura e seu 21.88. Phelps, além de Ryan Lochte, deve encontrar em Kosuke Hagino um adversário de peso.
Em contraponto, estes últimos dias o Blog do Coach preparou um estudo sobre a participação em um dos nossos principais campeonatos. Num primeiro retrato, a estatística dava menos atletas a cada edição nos últimos 4 anos, mas depois pegou o hiato de 15 anos e vemos que, com uma média de 366 atletas, os 342 deste ano não fogem muito ao padrão. Mas o pior é a concentração destes nadadores em poucos clubes (5), as várias agremiações (19) com apenas um atleta e a decadência da cidade olímpica na modalidade com melancólicos 17 atletas de 3 clubes.
rcordani
Mais não é apenas melhor, mas deveria ser o principal objetivo. 884 clubes no Japão, isso é incrível!