O último dia da natação no Centro Aquático Scotiabank terminou com o maior número de ouro e prata da história para o Brasil. Poderia ser um pouco melhor ainda por 11 centésimos. Três da gaúcha Gracielle Herman para pegar o índice olímpico e 8 para o revezamento feminino ficar com a prata. Mas a natação é exatemente feita de detalhes.
A noite começou bem com Herman ficando ainda mais próxima de Londres. Feliz com seu desempenho, com apenas 19 anos ela sabe que sua carreira está em plena ascenção. Não será surpresa se alcançar a marca já na próxima competição importante. Apenas aperfeiçoando sua saída e ela chega fácil a este objetivo. A ex-recordista americana, Lara Jackson, ficou com o ouro e com o novo recorde.
Thiago Pereira fez sua melhor prova do Pan, os 200m costas, por incrível que pareça, em sua última caída na piscina de Guadalajara. Aquela história de cansaço, altitude, ficou tudo para trás quando ele viu a chance real de contabilizar 11 ouros nas suas edições panamericanas (seriam 12 ao final do revezamento). Deu sua melhor marca; abaixou seu próprio recorde de campeonato, conquistando com isso o bi; deixou para trás o recordista sul-americano, o colombiano Omar Pinzón, que deu ao seu país a única medalha na natação (queria a dourada) e foi companheiro de treino de Thiago na Califórnia; tudo isso em um tempo que o deixaria em 5o. no último Mundial de Xangai. Tudo bem que com seu tempo nos 200 medley em Guadalajara (até hoje sua maior especialidade) também alcançaria a 5a. posição, mas talvez fosse interessante ele pensar em investir mais nesta que era minha especialidade.
O revezamento 4×100 medley feminino bem que tentou, mas o Canadá acabou chegando apenas 8 centésimos na frente. Foi uma disputa bem interessante pela prata, pois os EUA quebraram o recorde mais uma vez (já o haviam feito pela manhã).
Logo após, a versão masculina dominou a última prova do programa, ficando perto, ainda, do fortíssimo recorde que os americanos estabeleceram no Rio. Guilherme Guido fez as honras de substituir o medalhado Thiago, Felipe França adicionou mais um ouro ao seu dos 100m peito, Gabriel Mangabeira redimiu-se do desempenho dos 100m borboleta e Cesar Cielo fechou sua participação sem saber o que é perder.
Saimos com 25% das medalhas em disputa (24/96), contribuindo, até o momento, para metade das medalhas brasileiras e 10 das 17 de ouro. Nada mal, nada mal. Parabéns a todos!!
Este texto foi originalmente publicado no site do iG (colunistas.ig.com.br/rogerioromero