Frequentemente ouvimos ou lemos a falta de apoio para os nadadores brasileiros, com a grande maioria fazendo um paralelo com os Estados Unidos, onde o esquema escola x esporte funciona. Em tese.
Mas hoje vamos ficar apenas no dinheiro, patrocínios, apoios. Arrisco dizer que um nadador de elite hoje no Brasil deve ser um dos mais bem remunerados do mercado (aquático, claro). O custo-benefício (medalha x $) aqui é muito maior que a potência americana e de grande parte dos países europeus. E pode até ter melhorado nestes últimos anos por conta do fator sede olímpica.
Não tenho dados para comprovar isso (algum jornalista poderia ajudar), mas existem alguns indícios neste sentido:
- Porque atletas europeus e americanos vem frequentemente competir por clubes brasileiros?
- Nadador que quiser participar do campeonato universitário americano não pode ter patrocínios (explícitos).
- Os EUA tem tantos medalhistas olímpicos, que estes atletas acabam caindo numa vala não tão rara quanto no Brasil.
- Porque nadadores consagrados como James Magnussen e Chad le Clos, em vez de voltarem com seus ouros para casa, descansarem das piscinas enquanto capitalizam em propagandas em cima dos seus feitos, preferem ir para uma etapa da Copa do Mundo?
- Qual a razão da húngara Katinka Hosszu nadar tantas provas no circuito Copa do Mundo?
A resposta para as perguntas é: dinheiro. Pode ter até outra razão (como vir nadar no Rio, por exemplo), mas as bonificaçõe$ chamam estes atletas, muito profissionais. Não que os brasileiros não precisem de grana (se eles voltaram depois do Mundial, foi também para competir no Finkel pelos seus clubes – que lhes garante um salário no final do mês), mas acredito que somados: patrocínios + propagandas + clube + bolsa atleta + COB + CBDA + Ministério + Secretaria estadual + Prefeitura +… dão uma vantagem para nossos atletas.
E a premiação da natação está começando a chegar próximo do seu “primo” atletismo (ao menos no Mundial). Os valores de 60 mil para o Mundial de Atletismo que começa amanhã em Moscou vale 60 mil dólares, enquanto Barcelona 39 mil (não me pergunte porque não 40) para cada um dos seus vencedores.
Patricia Angelica
Você tem razão, Rogério!
Mas pra mim, o ponto da falta de investimento (ou de dinheiro) na natação brasileira, se dá quando falamos de investimento na base, coisa que não acontece exatamente nos EUA e em outros países.
Com certeza, no alto rendimento, o Brasil é um dos que paga melhor aos seus nadadores, mas até chegar a esse alto rendimento, haja “paitrocínio”… por lá, eu sei que os pais também investem, pagam aulas etc., mas, pelo menos, têm toda uma estrutura escolar à disposição… aqui, isso já não existe tão largamente assim.